home > Informe-se > Câncer de Próstata > Câncer de próstata e infertilidade masculina: conheça a relação

Câncer de próstata e infertilidade masculina: conheça a relação

Atualizado em 25 de junho de 2025 | Publicado em 18 de julho de 2025
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Câncer de próstata e infertilidade masculina: conheça a relação

A relação entre câncer de próstata e infertilidade masculina sempre deve ser considerada. Isso porque, dependendo do tipo de tratamento, a produção de espermatozoides pode ficar comprometida, afetando a capacidade reprodutiva. Para prevenir frustrações futuras, cabe aos urologistas orientar seus pacientes e indicar as melhores estratégias terapêuticas para cada caso.

Neste artigo, fornecemos um breve panorama da doença, explicamos como os respectivos tratamentos podem comprometer a fertilidade e mostramos como minimizar o risco de se tornar estéril. Confira!

Como é a incidência do câncer de próstata no Brasil?

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil. Excetuando-se os tumores de pele não melanoma, ele fica atrás, apenas, do câncer de pulmão. Em 2025, estima-se a ocorrência de 71.730 mil novos casos da doença, correspondendo à cerca de 21% de todas as neoplasias.

Considerado um câncer prevalente, mas não exclusivo, em indivíduos da terceira idade, sua taxa de incidência vem aumentando. Isso é parcialmente justificado pelo aumento da expectativa de vida e pela melhora dos métodos diagnósticos — que identificam a doença, muitas vezes, antes de ocorrer sintomas.

Mas, acontece que o câncer de próstata não traz somente a preocupação com a doença em si. Pacientes que desejam ser pais precisam lidar com outro problema possivelmente associado: a infertilidade masculina.

Como os tratamentos oncológicos podem afetar a fertilidade?

Os tratamentos para combater o câncer de próstata podem acabar resultando na infertilidade masculina permanente. Sabe-se que isso ocorre devido a três fatores:

  • dose empregada;
  • duração do tratamento;
  • localização do tumor.

A seguir, explicamos melhor a relação entre tratamento do câncer de próstata e infertilidade masculina. Continue a leitura e entenda!

Radioterapia

Considerada um dos tratamentos oncológicos mais comuns, a radioterapia pode destruir as células responsáveis pela produção de espermatozoides. Isso ocorre, sobretudo, se o tratamento for realizado em doses radioterápicas elevadas.

Além disso, as células da próstata irradiada e as vesículas seminais passam a produzir uma menor quantidade de sêmen. Esse, por sua vez, não tem a mesma capacidade de transportar os espermatozoides do que o sêmen de um homem saudável.

Quimioterapia

Alguns medicamentos utilizados no tratamento quimioterápico podem impedir que os gametas masculinos cresçam e se dividam rapidamente. Isso acontece porque as células dos testículos são danificadas, perdendo a capacidade de produzir espermatozoides maduros.

Vale destacar que doses elevadas de medicamentos aumentam, ainda mais, os riscos de interromper a produção de esperma de maneira permanente. Em alguns casos, a produção de espermatozoides pode retornar dentro de quatro anos, mas dependendo da idade do paciente, bem como tipo de medicação e dosagem, a produção cessa completamente.

Prostatectomia

prostatectomia radical (cirurgia da próstata) é indicada para pacientes que possuem um tumor localizado. Tratam-se de casos em que a doença está confinada à glândula, dentro dos limites da cápsula prostática.

Como ela é responsável por produzir parte do líquido seminal, que serve para nutrir e transportar os espermatozoides, sua remoção interrompe a fertilidade. Assim, apesar das diversas vantagens do tratamento cirúrgico do câncer de próstata, o risco de infertilidade é inerente ao procedimento.

Câncer de próstata e infertilidade masculina: é possível minimizar o risco?

No caso do tratamento cirúrgico, sim! Graças ao desenvolvimento da cirurgia robótica, pode-se minimizar, consideravelmente, os riscos para a fertilidade masculina.

Assista o que o Dr. Leonardo Ortigara, urologista clínico e cirúrgico especializado em cirurgia robótica, atuante no vale do Itajaí (SC), disse a respeito:

Nesse tipo de procedimento, o cirurgião conta com o auxílio de um robô (equipado com câmera 3D) controlado à distância. Isso lhe permite visualizar o campo cirúrgico de forma ampla e detalhada, bem como ter maior precisão cirúrgica nos movimentos. Portanto, proporciona uma operação mais segura e com menos complicações.

Na prática, a cirurgia robótica revolucionou o tratamento do câncer de próstata, sendo capaz de reduzir, significativamente, a perda da capacidade reprodutiva. A técnica permite a retirada total do tumor, sem o comprometimento das funções urinária e reprodutora. Dessa forma, é possível preservar o controle da urina e da ereção, além de manter a fertilidade do paciente. 

Saiba mais emDr. Leonardo Ortigara explica como a robótica está revolucionando os tratamentos urológicos

Mas, atenção: o procedimento só preserva a fertilidade quando não é necessário remover a próstata completamente. Por isso é tão importante diagnosticar o câncer precocemente, permitindo que a cirurgia seja realizada nos estágios iniciais da doença.

Leia tambémTenho câncer de próstata avançado: o que preciso saber?

Quando a criopreservação de espermatozoides é indicada?

Caso o paciente precise realizar outros tratamentos, que não cirurgia robótica parcial, indica-se a criopreservação de espermatozoides. O procedimento consiste no congelamento do sêmen, para possibilitar uma futura fecundação, por meio de técnicas de reprodução humana assistida.

Mas, para ser viável, a coleta do sêmen deve ser feita antes de começar tratamento oncológico, sem demora. Afinal, por mais que o paciente deseje manter sua fertilidade, combater a neoplasia deve ser a maior prioridade.

Esperamos ter esclarecido a relação entre câncer de próstata e infertilidade masculina. Como mostrado, ter acesso à estratégia de tratamento mais indicada para suas necessidades atuais e desejos futuros aumenta as chances de cura e minimiza possíveis complicações!

Caso ainda restem dúvidas a respeito, sinta-se à vontade para entrar em contato. Estamos à sua disposição!

Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698