10 vantagens da cirurgia robótica para câncer de próstata
Atualizado em 9 de janeiro de 2024 | Publicado em 4 de janeiro de 2024Por: Dr. Leonardo Ortigara
Considerada um dos maiores avanços médicos das últimas décadas, a cirurgia robótica para o câncer de próstata é um tratamento revolucionário no combate à doença. A tecnologia começou a dar os primeiros passos na década de 1980, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil em meados dos anos 2000.
Atualmente, ela vem sendo cada vez mais reconhecida como um método seguro, eficiente e que oferece importantes benefícios. Na prática, optar pela prostatectomia robótica aumenta, consideravelmente, as chances de cura da doença. Além disso, reduz os riscos significativos de outros procedimentos, os quais podem afetar a saúde e qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, mostramos como o procedimento funciona e quando é indicado. Além disso, listamos dez vantagens relacionadas tanto à sua execução como ao pós-operatório. Confira!
O que é a cirurgia robótica para câncer de próstata?
A cirurgia robótica para câncer de próstata é um método que permite a remoção do tumor maligno detectado na glândula e, se necessário, dos linfonodos pélvicos. Considerada uma evolução da cirurgia videolaparoscópica, a técnica consiste no uso de um robô (através das plataformas Da Vinci ou Versius) que auxilia o cirurgião a realizar o procedimento de maneira minimamente invasiva.
Neste vídeo, o urologista Dr.Leonardo Ortigara — especialista no procedimento e proctor (treinamento e orientação para outros médicos) na área — explica mais a respeito:
Como o procedimento é realizado?
A cirurgia robótica para câncer de próstata é feita por meio de quatro pequenas incisões, com cerca de 0,5 centímetros cada, na região abdominal do paciente, por onde serão inseridos quatro braços robóticos. Três deles são utilizados para o transporte de pequenos instrumentos, que serão utilizados durante a operação. O último possui uma microcâmera acoplada, responsável por fornecer imagens tridimensionais e ampliadas dos órgãos internos, com movimentos em múltiplas direções.
As imagens obtidas são transmitidas para um monitor, permitindo que o cirurgião controle os movimentos robóticos à distância durante toda a operação. Ou seja, o robô não faz nada sozinho, apenas reproduz os movimentos das mãos do cirurgião e o auxilia a obter maior precisão durante o procedimento.
Vantagens durante a realização da cirurgia
Em comparação à cirurgia aberta, a cirurgia robótica para câncer de próstata possibilitou muito mais segurança na retirada da próstata, reduzindo riscos e aumentando a eficácia do tratamento. Dessa forma, os principais benefícios relacionados são:
- visão cirúrgica em 3D, com alta definição e ampliação das imagens em até 15 vezes;
- menor agressão tecidual e sangramento durante a cirurgia;
- maior precisão dos movimentos cirúrgicos e melhor qualidade de dissecção;
- incisões menores;
- melhor ergonomia ao cirurgião.
Vantagens para o paciente no pós-operatório
Todas as vantagens anteriores resultam em importantes benefícios para o paciente durante o período pós-operatório. Dentre os principais, pode-se citar:
- menor tempo de internação;
- menores riscos de complicações;
- menor tempo de recuperação;
- menos dor e desconforto;
- cicatrizes menores e praticamente imperceptíveis.
E quanto aos riscos associados, como incontinência urinária e disfunção erétil?
Muitos pacientes ficam com receio de recorrer à cirurgia robótica para câncer de próstata devido ao medo de desenvolver incontinência urinária e/ou disfunção erétil permanentemente. De fato, na cirurgia aberta esse risco é maior e pode afetar uma parcela significativa de homens operados.
No entanto, na maioria absoluta dos casos de prostatectomia robótica, é possível preservar a capacidade de ereção e o controle urinário do paciente. Isso porque, como o procedimento permite a retirada da próstata com maior precisão nos movimentos cirúrgicos, há um menor risco de haver lesões:
- no esfíncter (responsável pelo controle da urina);
- e nos nervos sacrais (responsáveis pela ereção).
Geralmente, a recuperação do controle da micção se dá entre três a seis meses após a cirurgia. Mas, para um bom restabelecimento, é importante que o paciente siga todas as recomendações médicas e realize os exercícios indicados durante o pós-operatório.
Por outro lado, a recuperação da ereção varia muito de paciente para paciente, podendo ocorrer nos primeiros meses ou demorar até dois anos. O tempo de restabelecimento depende de uma série de fatores, como idade, cuidados no pós-operatório, função sexual antes da cirurgia, entre outros. Normalmente, pacientes mais jovens e com plena capacidade de ereção antes da realização do procedimento tendem a apresentar uma recuperação mais rápida.
Existe chance do câncer de próstata voltar após o procedimento?
Quando a cirurgia robótica para o câncer de próstata é realizada em estágios iniciais, a recidiva é considerada incomum. Em estágios avançados, caso ocorra, o tumor pode voltar:
- nas proximidades da glândula, quando o tumor apresentava crescimento acelerado e não houve sua remoção completa;
- e/ou à distância, como nos ossos, no fígado ou em outros órgãos, devido à disseminação anterior ou durante o tratamento.
Justamente para diminuir as chances de retorno, os oncologistas recomendam que os pacientes façam o acompanhamento após o tratamento — a chamada vigilância ativa. Essa consiste nas visitas regulares às consultas urológicas e na realização dos exames de rotina, incluindo a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) a cada três ou seis meses.
Portanto, todo câncer tem risco de voltar após o término do tratamento, o que faz com que, nem sempre, a cura seja definitiva. Isso, entretanto, não impede a realização de um novo tratamento e de derrotar a doença novamente.
Para pacientes que realizaram a prostatectomia, por exemplo, as opções podem ser radioterapia associada à hormonoterapia ou à outra terapia combinada. A estratégia é definida pelo oncologista e depende do quadro individual.
Quando a prostatectomia robótica é indicada para tratar a doença?
A indicação do procedimento é feita pelo oncologista responsável, baseada no quadro individual de cada paciente. Já a execução é feita pelo cirurgião urológico com especialização e experiência no método.
Assim, a cirurgia robótica para câncer de próstata é considerada a melhor opção para o tratamento de:
- tumores em estágios iniciais (I ou II), os quais continuam restritos à glândula prostática, pois potencializa os sentidos e as ações do cirurgião;
- casos selecionados de tumores em estágios III, os quais cresceram para fora da glândula, sendo, geralmente, seguida de sessões de radioterapia e/ou hormonioterapia;
- casos selecionados de tumores em estágio IV, ou seja, quando há metástases à distância, visando aliviar os sintomas (como obstrução urinária) e favorecendo a qualidade de vida do paciente.
Vale destacar, ainda, que a prostatectomia robótica é altamente recomendada no tratamento de homens com menos de 60 anos que apresentam câncer de próstata de alto risco. Afinal, para além do combate efetivo à doença, essa é a melhor maneira de preservar sua função sexual.
Em suma, independentemente do estágio, a cirurgia robótica para câncer de próstata apresenta maior taxa de cura, recuperação mais rápida e menor risco de recorrência. Por isso, trata-se de uma possibilidade terapêutica que sempre deve ser avaliada e, se disponível, indicada em tempo oportuno.
Se estiver na região de Itajaí ou Balneário Camboriú, SC, conte com o Dr. Leonardo para conversar a respeito. Para isso, agende uma consulta e faça uma avaliação individualizada.
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Dr. Leonardo Ortigara
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