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Tratamento da incontinência urinária: descubra o que há de novo

Atualizado em 16 de fevereiro de 2025 | Publicado em 14 de março de 2025
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Tratamento da incontinência urinária: descubra o que há de novo

Está em busca de informações sobre tratamento da incontinência urinária? Então, você veio ao lugar certo! Apesar de não ser maligna, a doença prejudica a qualidade de vida, desencadeando fenômenos como ansiedade, depressão, redução da autoestima e constrangimento social. Felizmente, existem soluções eficazes, que possibilitam a cura do quadro.

Aproveitando a chegada do Dia Mundial da Conscientização sobre Incontinência Urinária, celebrado em 14 de março, resolvemos falar mais a respeito. Neste artigo, veja as causas, conheça os tipos e entenda como o tratamento da incontinência urinária pode ser realizado. Confira!

O que é incontinência urinária?

A incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina pela uretra, seja em pouca ou muita quantidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 5% dos brasileiros apresentam o distúrbio.

Em relação aos sexos, a incontinência urinária atinge mais as mulheres, afetando cerca de 35% da população feminina na pós-menopausa. Porém, os homens também são acometidos, principalmente, quando tiveram complicações na próstata.

Tamanha incidência fez com que, em 2024, o Congresso Nacional instituísse o Dia da Incontinência Urinária. A data objetiva reforçar a importância do reconhecimento precoce dos sintomas, para que se possa buscar o tratamento adequado o quanto antes. Afinal, perder urina não é normal, independentemente da quantidade ou da idade.

Quais são as causas da doença?

A incontinência urinária pode acontecer por várias razões. Aliás, é importante lembrar que alguns medicamentos podem causar problemas de controle da bexiga, temporariamente. Entretanto, se a causa não for medicamentosa, é preciso buscar ajuda médica. 

O problema pode ser causado por infecções do trato urinário, infecção vaginal, irritação e constipação. No entanto, as causas também podem ser estar relacionadas a quadros mais sérios, tais como:

  • músculos fracos da bexiga;
  • bexiga hiperativa;
  • fraqueza e disfunções do assoalho pélvico;
  • doenças como esclerose múltipla, diabetes ou Parkinson;
  • distúrbios hormonais;
  • tumores (benignos ou malignos);
  • doenças como artrite, que podem dificultar o acesso ao banheiro a tempo;
  • lesão ou dano aos nervos ou músculos da bexiga, devido a cirurgias.
  • prolapso de órgão pélvico (útero, bexiga ou reto), em mulheres;
  • bloqueio devido à hiperplasia benigna da próstata (HPB), em homens;
  • prostatite, também em homens.

Quais são os tipos de incontinência urinária?

Existem vários tipos de incontinências urinárias, decorrentes de diversas causas. O distúrbio pode acometer homens, mulheres, crianças e idosos de maneiras diferentes. Além disso, a extensão do vazamento também varia de um indivíduo para outro. Conheça os três tipos a seguir.

Incontinência urinária por esforço

incontinência urinária por esforço é causada por uma disfunção do sistema esfincteriano da bexiga. Essa complicação provoca a incapacidade da bexiga de suportar aumentos repentinos na pressão intra-abdominal. Dessa forma, ocorrem escapes de urina em caso de espirros, risos, saltos, esforços físicos (como levantar pesos), durante as relações sexuais, entre outras situações.

Incontinência urinária de urgência

incontinência urinária de urgência é a perda não controlada de urina (volume de moderado a grande), mediante à necessidade urgente e incontrolável de fazer xixi. A noctúria (acordar à noite para urinar) e incontinência noturna são fenômenos comumente associados.

Esse tipo de distúrbio, geralmente, é causado pela bexiga hiperativa. No entanto, também pode ser provocado por um quadro de infecção urinária ou devido à alteração dos nervos que ficam na base da bexiga.

Incontinência urinária mista

incontinência urinária mista associa as características das incontinências de esforço e de urgência. Ou seja, ocorre quando os sintomas típicos de cada distúrbio coexistem.

Como é o tratamento padrão da incontinência urinária?

O tratamento da incontinência urinária depende do tipo e do grau da doença. Dessa forma, existem tratamentos medicamentosos, fisioterapêuticos e cirúrgicos, cuja escolha é baseada em fatores como:

  • idade do paciente;
  • estilo de vida;
  • condições médicas e clínicas;
  • grau (volume) de perda urinária.

Para casos mais simples, pode-se recorrer ao tratamento medicamentoso (uso de anticolinérgicos) associado a mudanças no estilo de vida e exercícios fisioterápicos (para fortalecer os músculos do assoalho pélvico). Se bem indicada, essa abordagem terapêutica é suficiente para que o paciente recupere sua capacidade de controle sobre a micção.

Quais são os tratamentos mais avançados para o problema?

Em quadros mais graves, as abordagens anteriores podem não levar ao resultado desejado. Nesses casos, pode-se recorrer aos tratamentos mais avançados para combater a incontinência urinária. Conheça-os!

Implante de sling

implante de sling consiste na colocação de uma pequena malha cirúrgica, que funciona como um suporte para restabelecer os ligamentos da uretra. O procedimento é minimamente invasivo e, caso a retenção urinária não fique satisfatória, pode-se ajustá-la no pós-operatório. A terapêutica é indicada para casos de incontinência urinária moderada, tanto para homens como mulheres.

Esfíncter artificial

esfíncter artificial é um dispositivo que pode ser utilizado em homens e mulheres, atuando como um substituto ao esfíncter (músculo responsável pela oclusão do canal uretral, que impede a perda de urina). Trata-se de um pequeno aparelho, introduzido por meio de cirurgia na região perineal. Ao ser acionado pelo paciente, o dispositivo permite a abertura do canal uretral e, assim, o esvaziamento da bexiga.

Após alguns segundos, o aparelho é automaticamente acionado, voltando a ocluir o canal uretral. Assim, a principal vantagem do esfíncter artificial é o tratamento da incontinência urinária sem o risco de reter a urina.

No período pós-operatório, o paciente necessita ficar de repouso, de acordo com a orientação médica. Muitas vezes, é necessário o uso de sonda vesical.

O esfíncter artificial só poderá ser acionado 30 dias após a realização da cirurgia. Em casos de pacientes que realizaram sessões de radioterapia pélvica, há um maior risco de complicações.

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Marcapasso neural

O marcapasso neural consiste no implante cirúrgico de um eletrodo e um gerador de pulso, através de um procedimento minimamente invasivo, feito sob anestesia local. Trata-se de uma cirurgia ambulatorial, com baixíssimos riscos ou complicações.

Na prática, o dispositivo implantado emite impulsos que permitem o retorno do controle, tanto da incontinência urinária, quanto fecal. Diferente do esfíncter artificial, o marcapasso neural é utilizado em casos onde não houve lesão do esfíncter, mas sim a perda de sua função. Isso ocorre porque, em determinados quadros, a musculatura desta região (que envolve o esfíncter, bexiga e demais órgãos) está preservada. No entanto, devido a uma falha na sua inervação (nervos que conectam determinados órgãos ao nosso cérebro), o músculo não obedece ao comando do paciente.

Em relação à execução do procedimento, ele é dividido em duas etapas. Na primeira, o paciente irá realizar um teste de, aproximadamente, duas semanas — para saber se o tratamento é efetivo e se não há nenhuma complicação.

Se aprovado, realiza-se o procedimento definitivo, caracterizado pela rápida recuperação. Portanto, o paciente não irá apresentar alterações ou complicações futuras, sendo que a duração da bateria pode chegar a até 7 anos. 

Quando o esfíncter artificial e o marcapasso neural são indicados?

O esfíncter artificial e o marcapasso neural são indicados para o tratamento da incontinência urinária em duas situações. São elas:

  • para pacientes totalmente incontinentes, ou seja, que perdem urina constantemente;
  • e para aqueles que perdem urina ao mínimo esforço (como ao sentar ou se levantar).

O marcapasso neural, especificamente, pode beneficiar pacientes que possuem incontinência urinária por bexiga neurogênica, associada à incontinência fecal ou que sofrem com Síndrome de Fowler. Pode, ainda, ser indicada para casos que apresentaram efeitos colaterais ou não tiveram resultados favoráveis às demais formas de tratamento.

Por que é importante buscar ajuda especializada?

Se não for adequadamente tratada, a incontinência urinária pode levar a complicações de saúde física e mental. Em relação à primeira, há o risco de desenvolver dermatites e até infecções, assim como de se tornar sedentário e arcar com tudo que isso implica. Quanto à segunda, há o comprometimento do bem-estar emocional, pois muitas pessoas deixam de realizar suas atividades habituais, podendo apresentar quadros de ansiedade e depressão. 

Portanto, o diagnóstico e o tratamento da incontinência urinária são imprescindíveis. Mas, atenção: para aumentar as chances de sucesso, deve-se realizá-lo com um urologista especialista na área. Isso porque, no caso dos procedimentos cirúrgicos, a imprecisão pode levar à piora do quadro.

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Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698