Incontinência urinaria tem cura?
Atualizado em 4 de janeiro de 2021 | Publicado em 5 de dezembro de 2020Por: Dr. Leonardo Ortigara
A incontinência urinária é um problema bastante comum na infância, mas que também pode atingir homens e mulheres na fase adulta e, principalmente, na terceira idade. Apesar de ser um grande incômodo para a rotina e comprometer a qualidade de vida do paciente, a boa notícia é que a incontinência urinária tem cura.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a condição atinge 35% das mulheres acima de 40 anos e 40% das gestantes. Nos homens, a condição costuma ser mais rara e surge, sobretudo, em decorrência da cirurgia para a retirada do câncer de próstata. Nesses casos, cerca de 5% a 10% dos pacientes costuma desenvolver o problema, ainda de acordo com a SBU.
Incontinência em homens X Incontinência em mulheres
A incontinência urinária é caracterizada pela incapacidade em armazenar a urina, resultando em perdas indesejadas e involuntárias. Em pacientes de ambos os sexos, a condição ocorre em virtude da perda de controle sobre o esfíncter e de alterações no sistema neurológico de enervação da bexiga.
Contudo, como a anatomia dos órgãos genitais difere em pacientes masculinos e femininos, a incontinência também apresenta diferenças entre homens e mulheres em relação às causas, tipos, tratamentos. Entenda melhor abaixo!
Incontinência urinária na mulher
Nas mulheres, a estrutura da bexiga e da uretra é muito mais curta se comparada à masculina. Isso faz com que simples alterações nas estruturas resultem em perda de urina involuntária.
Na mulher adulta, a incontinência de esforço é o principal tipo e surge devido ao enfraquecimento do assoalho pélvico, sendo provocada por patologias que aumentam a pressão abdominal, como:
- gravidez;
- parto;
- obesidade;
- cirurgias pélvicas;
- obesidade.
A menopausa também é uma importante causa da incontinência urinária nas mulheres. Portanto, é preciso ficar atenta quando as mudanças hormonais começarem a acontecer, já que o risco para o desenvolvimento da incontinência urinária passa a ser maior nessa fase da vida.
Incontinência urinária no homem
No homem, o aparelho urinário baixo liga a bexiga com a próstata e a uretra masculina, apresentando uma uretra longa e estrutura prostática bem definida, o que confere maior proteção contra a perda involuntária de urina.
Em pacientes masculinos, o tipo mais comum é a incontinência de urgência, caracterizada pela vontade súbita de urinar, sem dar tempo de chegar ao banheiro, na maioria das vezes. A condição aparece, sobretudo, devido ao comprometimento de algumas funções do organismo provocado pelo envelhecimento natural.
Algumas condições médicas também podem favorecer o aparecimento da incontinência urinária, como:
- obesidade;
- diabetes;
- insuficiência cardíaca;
- doença pulmonar obstrutiva crônica;
- distúrbios do sono.
No entanto, a causa de incontinência urinária mais comum nos homens é a prostatectomia. A cirurgia para a retirada da próstata pode causar lesões no esfíncter ou nos nervos localizados na região peniana, resultando na perda de controle sobre a micção.
Quais os melhores tratamentos para incontinência urinária?
Com os tratamentos adequados, a incontinência urinária tem cura e pode desaparecer por toda a vida, permitindo que o paciente recupere sua confiança, bem-estar e qualidade de vida.
Para homens e mulheres, o tratamento inicial geralmente é realizado por meio de exercícios fisioterápicos com o objetivo de fortalecer a musculatura pélvica e recuperar o controle sobre a micção. Além disso, é possível realizar o tratamento comportamental, que consiste em mudanças no estilo de vida que podem evitar a perda de urina em momentos indesejados.
Para pacientes masculinos que não respondem de maneira adequada ao tratamento comportamental e fisioterápico, é possível optar por dois procedimentos cirúrgicos para promover a cura da incontinência urinária: o esfíncter artificial e a neuromodulação sacral.
Esfíncter artificial
Considerado padrão ouro no tratamento da incontinência urinária masculina, o esfíncter artificial é um pequeno dispositivo implantado cirurgicamente um dispositivo com o objetivo de restabelecer o processo natural de controle urinário. Simulando a função esfincteriana de maneira normal, o dispositivo permite abrir e fechar a uretra sob o controle voluntário do paciente.
Para urinar, o cuff – uma espécie de balonete que contém líquido – é esvaziado através da compressão da bomba por 2 a 3 vezes, movimentando o líquido em direção ao balão. Ao esvaziar, o cuff descomprime a uretra, permitindo que a urina seja eliminada.
Neuromodulação sacral
A neuroestimulação sacral consiste no implante de um neuroestimulador e de um eletrodo que ficará em contato com os nervos responsáveis pelo controle da função da bexiga e uretra. Ao estimular esses nervos com uma corrente elétrica de baixa intensidade, o dispositivo ativa uma resposta biológica que promove uma melhora nos sintomas de incontinência urinária, permitindo que o paciente tenha controle sobre a micção.
Isso porque o dispositivo permite que o cérebro e os nervos sacrais se comuniquem corretamente, garantindo que o sistema urinário trabalhe sob o controle do paciente. O procedimento é muito indicado para promover a cura da incontinência urinária quando o paciente desenvolve a condição após uma cirurgia prostática.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato e envie sua pergunta. Será um prazer esclarecer seus questionamentos!
Dr. Leonardo Ortigara
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