Obesidade pode causar impotência sexual?
Atualizado em 7 de dezembro de 2020 | Publicado em 20 de novembro de 2020Por: Dr. Leonardo Ortigara
Não é novidade para ninguém que a obesidade é uma grande inimiga da nossa saúde. A condição é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas e cardiovasculares, sendo responsável por mais de 150 mil mortes no Brasil. Apesar de muitos riscos já serem conhecidos, a dúvida se a obesidade causa impotência ainda é muito recorrente nos pacientes masculinos.
Neste artigo, você irá compreender melhor a relação entre obesidade e impotência sexual e entender de uma vez por todas se a obesidade realmente pode afetar sua capacidade de ereção. Acompanhe!
O que é obesidade?
Considerada um problema de saúde pública, a obesidade é uma doença crônica definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. Para saber se alguém é obeso, o método mais comum é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), um padrão utilizado pela OMS.
Para o cálculo do IMC, basta dividir o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. Se o resultado estiver entre 18,5 e 24,9, o paciente é classificado como dentro do seu peso ideal. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.
Quais são as principais causas?
É preciso desmistificar que a obesidade seja simplesmente consequência da falta de força de vontade para ingerir somente a quantidade de alimentos recomendada. Devido à atividade inadequada dos hormônios, pessoas com obesidade não costumam ficar saciadas com a mesma quantidade que uma pessoa dentro do seu peso ideal.
Assim, o paciente tende a manter uma alimentação inadequada e excessiva, aumentando os riscos de que ele se torne obeso. Esse risco é ainda mais acentuado se o paciente não praticar nenhum tipo de atividade física. O sedentarismo é o segundo fator que contribui para a obesidade, ficando atrás somente da alimentação excessiva.
Além disso, a obesidade apresenta outras causas importantes:
- predisposição genética;
- metabolismo lento;
- disfunções endócrinas;
- influência psicológica, como o estresse e outras condições que desencadeiam crises de compulsão alimentar.
Obesidade causa impotência: mito ou realidade?
Realidade! A obesidade pode causar impotência, sobretudo, por uma questão hormonal. A produção de testosterona, principal hormônio que controla as funções e o desempenho sexual dos pacientes masculinos, diminui consideravelmente em pacientes obesos.
Realizadas por células presentes nos testículos, a produção de testosterona depende de outros hormônios provenientes da glândula hipófise, como a leptina. Esse hormônio é responsável por comandar as células dos testículos para a produção de espermatozoides e testosterona, mas em pacientes ocorre uma produção excessiva que provoca desequilíbrios no sistema reprodutivo e no desempenho sexual.
O excesso de peso também causa desequilíbrios durante o processo de transformação da testosterona em estradiol – um hormônio feminino -, podendo, também, causar dificuldades de ereção. Por fim, a obesidade pode comprometer o fluxo sanguíneo para a região peniana, dificultando a capacidade de ereção do paciente.
Além disso, a obesidade também está relacionada a outros problemas de saúde sexual, como a diminuição de libido, dificuldade para ejacular e problemas de autoestima e nervosismo que também podem comprometer o desempenho e satisfação sexual.
Devo tratar a obesidade ou a impotência sexual?
Neste caso, o ideal é combater a causa da impotência sexual, ou seja, a obesidade. O mais recomendado é que o paciente realize um tratamento de correção hormonal para reverter o desequilíbrio na produção de hormônios e a resistência à leptina.
Em conjunto com o tratamento hormonal, é importante mudar o estilo de vida, incluindo hábitos que contribuem para a perda do peso excessivo, como:
- manter uma alimentação saudável e equilibrada;
- praticar atividade física regularmente;
- procurar evitar situações de estresse e desequilíbrios emocionais.
Se mesmo com a perda de peso, o paciente continuar apresentando impotência sexual, pode ser necessário buscar ajuda de um médico urologista para avaliar o caso individualmente e orientar sobre o tratamento mais adequado para cada paciente.
Geralmente, a primeira linha de tratamento consiste em exercícios comportamentais e uso de medicamentos orais da família dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5. Quando os resultados não são satisfatórios, pode-se optar pela injeção de medicamentos específicos dentro do pênis através de uma pequena seringa e agulha.
Por fim, a terceira linha de tratamento consiste no implante de prótese peniana, um tratamento inovador, seguro e com altas taxas de sucesso e satisfação que permite ao paciente recuperar a capacidade de ereção e manter relações sexuais saudáveis, duradouras e satisfatórias.
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Dr. Leonardo Ortigara
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