Cirurgia robótica urológica: em quais casos ela pode ser realizada?
Atualizado em 3 de fevereiro de 2023 | Publicado em 12 de outubro de 2022Por: Dr. Leonardo Ortigara
Introduzida no Brasil em 2008, a cirurgia robótica urológica representa um dos maiores avanços na área cirúrgica das últimas décadas. O procedimento é considerado um tratamento inovador e revolucionário para diversas patologias de caráter urológico, oferecendo muito mais vantagens para o paciente.
Como é feita a cirurgia robótica urológica?
Muitos pacientes podem ter a ideia errônea de que a cirurgia robótica, por ter essa denominação, é realizada unicamente por um robô. Mas ao contrário do que você possa imaginar, é o cirurgião que comanda todo o processo e utiliza o robô como uma ferramenta para ter maior precisão nos movimentos cirúrgicos e na visualização da região a ser operada.
Considerado minimamente invasivo, o procedimento é realizado com pequenas incisões na região abdominal do paciente, por onde serão inseridos quatro braços robóticos. Em três deles são transportados pequenos instrumentos para realizar a operação e o último é utilizado para fornecer uma imagem tridimensional e ampliada dos órgãos internos, com movimentos em múltiplas direções.
As imagens são transmitidas para um monitor e, através dessa visualização, o cirurgião o direciona os braços do robô com os instrumentos cirúrgicos e a câmera. Ou seja, o robô não faz nada sozinho; apenas reproduz os movimentos das mãos do cirurgião, garantindo uma ampla liberdade e precisão para atingir áreas específicas.
Quais as vantagens do procedimento?
Em comparação com os demais procedimentos cirúrgicos para o tratamento de doenças e complicações urológicas, como a cirurgia laparoscópica ou aberta, a cirurgia robótica é capaz de oferecer uma série de vantagens sob o ponto de vista médico, como:
- imagem tridimensional do campo cirúrgico;
- facilidade de acesso a diversas estruturas do corpo;
- maior amplitude de movimentos;
- movimentos mais precisos e sem tremores.
Por ser minimamente invasivo e oferecer vantagens sob o ponto de vista médico, o procedimento também é oferece diversas vantagens para o paciente. Dentre os principais benefícios, podemos citar:
- menor perda de sangue;
- período de hospitalização mais curto;
- recuperação mais rápida e menos dolorosa;
- menores riscos de complicações;
- cicatrizes menores e praticamente imperceptíveis;
- preservação da função erétil e do sistema urinário na maioria absoluta dos casos.
Quando a cirurgia robótica urológica é indicada?
Na área da urologia, a cirurgia robótica pode ser indicada para tratar uma série de doenças ou complicações que atingem os componentes do sistema urinário. Conheça suas aplicações mais comuns:
Prostatectomia: a retirada da próstata pode ser indicada em casos mais graves ou avançados de câncer de próstata. A cirurgia robótica permite retirar a próstata sem provocar lesões nos demais componentes do sistema urinário. Isso permite, na grande maioria das vezes, preservar a capacidade de controle da urina e da ereção.
Tumores: além do câncer de próstata, a cirurgia urológica também pode ser indicada para tratar outros tumores malignos que podem acometer o sistema urinário. Algumas indicações são para o tratamento de tumores nos rins, na bexiga, nos ureteres e nas glândulas adrenais ou suprarrenais.
Reversão de vasectomia: a cirurgia robótica urológica também pode ser realizada para reverter a vasectomia em associação a um dos dois métodos para a reversão: a vasovasostomia ou vasoepididimostomia. Nesses casos, o auxílio do robô ajuda a evitar lesões e ressecações extensas nos ductos deferentes.
A cirurgia robótica pode, ainda, ser indicada para a realização de outros procedimentos, como:
- adrenalectomia;
- cirurgias para cálculos complexos;
- remoção da vesícula biliar;
- artroplastia de quadril;
- histerectomia;
- transplante renal;
- perfiloplastia;
- fechamento tubário;
- esterilização tubária.
A importância de escolher um profissional capacitado
A cirurgia robótica urológica ainda é realizada em poucos locais do Brasil e apenas alguns médicos possuem as qualificações necessárias para realizar o procedimento. Para estar habilitado, o cirurgião urologista deve realizar especialização em laparoscopia e cirurgia minimamente invasiva e passar por treinamento em console de simulação em cirurgia robótica.
Além disso, o profissional só estará habilitado após receber o certificado internacional que comprova sua aptidão e preparo para a realização do procedimento. Por isso, a escolha correta do profissional aumenta as chances de sucesso do procedimento e reduz, consideravelmente, os principais efeitos indesejados das cirurgias tradicionais, como a disfunção erétil e a incontinência urinária.
Entre em contato caso você tenha ficado com alguma dúvida sobre o assunto. Será um prazer lhe ajudar!
Dr. Leonardo Ortigara
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