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Incontinência urinária: dos sintomas ao tratamento

Atualizado em 17 de julho de 2024 | Publicado em 17 de julho de 2024
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Incontinência urinária: dos sintomas ao tratamento

Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. O distúrbio afeta ambos os sexos, acometendo cerca de 30% das mulheres e 15% dos homens, principalmente, em idades mais avançadas. No entanto, é importante saber que escapes não são normais no envelhecimento e, muitas vezes, podem ser tratados com sucesso.

Neste artigo, mostramos as causas do problema, como é o diagnóstico e quais são os possíveis tratamentos. Aproveite a leitura!

Quais são os tipos de incontinência urinária?

Algumas vezes, a incontinência urinária pode ser repentina e temporária. Isso ocorre em função do uso de medicamentos para diabetes, diuréticos, excesso de álcool e/ou cafeína, por exemplo.

Leia também: 8 dicas valiosas para lidar com a incontinência urinária

Outras vezes, a disfunção pode ser crônica e permanente. Nesse caso, existem os seguintes tipos:

  • incontinência de urgência (vontade de urinar incontrolável, com vazamento de urina moderado a grande), muitas vezes, associada à noctúria (necessidade de levantar para urinar durante a noite);
  • incontinência de esforço (vazamento de urina baixo a moderado, devido a aumentos abruptos da pressão intra-abdominal, como após tossir, espirrar, rir, flexionar o abdômen ou levantar peso);
  • incontinência por transbordamento (gotejamento de urina pequeno, mas constante, ocorrido quando a bexiga está sobrecarregada);
  • incontinência funcional (perda de urina moderada a grande, devido ao comprometimento físico e/ou mental, que faz com que a pessoa perca o controle da micção).
  • incontinência mista (quando a pessoa apresenta mais de um tipo de incontinência).

Quais são as causas dos vazamentos?

A incontinência urinária costuma ser multifatorial. As causas mais frequentes de quadros crônicos são:

  • bexiga hiperativa, no caso de crianças e adultos jovens;
  • fraqueza dos músculos pélvicos, em mulheres após um ou mais partos;
  • obstrução da saída da bexiga, em homens de meia-idade e idosos;
  • distúrbios funcionais, decorrentes de AVC ou de lesão da medula espinhal (associada à fraqueza nas pernas ou perda de sensação ao redor dos genitais), geralmente, em idosos;
  • distúrbios mentais, decorrentes de Alzheimer (a pessoa esquece onde fica o banheiro ou onde está o urinol), por exemplo;
  • retenção urinária, devido à fraqueza muscular e/ou obstrução da saída da bexiga, levando ao vazamento de urina por transbordamento, mais comum em homens de meia-idade.

Como é o diagnóstico do distúrbio?

diagnóstico da incontinência urinária é dado pelo urologista. Para tanto, ele se baseia na anamnese (histórico clínico pessoal e familiar), na descrição dos sintomas e na realização de exames físicos. Dependendo dos dados levantados, solicita alguns exames complementares, como exames de sangue, de urina, volume residual pós-micção e, por vezes, estudos urodinâmicos.

Além disso, em certos casos o médico pode pedir que o paciente faça um registro de seus hábitos urinários por um determinado período. Trata-se do chamado diário miccional.

Como tratar o problema?

tratamento da incontinência urinária consiste na correção das causas específicas, assim como na adoção de medidas para reduzir os inconvenientes decorrentes dessa condição. Sendo assim, a estratégia terapêutica depende do tipo e grau do problema, bem como da idade e condições de saúde gerais do paciente.

Em quadros leves, costuma-se recorrer ao tratamento medicamentoso (anticolinérgicos) associado a fisioterapia para o assoalho pélvico e, às vezes, mudanças no estilo de vida. Já em quadros mais avançados, a abordagem é cirúrgica. Conheça as principais técnicas a seguir.

Implante de sling

O implante de sling consiste na colocação de um suporte para restabelecer os ligamentos da uretra (canal que liga a bexiga ao meio externo, por onde passa a urina). O procedimento cirúrgico é minimamente invasivo e, caso a retenção urinária não fique satisfatória, é possível ajustá-la no pós-operatório. A terapêutica é indicada para casos moderados de incontinência urinária, tanto masculinos como femininos.

Esfíncter artificial

O esfíncter artificial atua como um substituto para o músculo esfíncter (o responsável pela oclusão do canal uretral) lesado. O dispositivo é implantado, cirurgicamente, na região perineal e pode ser utilizado tanto em homens como em mulheres. Para isso, basta acioná-lo, permitindo o esvaziamento da bexiga. Passados alguns segundos, o aparelho fecha o canal uretral, impedindo os vazamentos de urina.

Neuromodulação sacral (ou marcapasso neural)

A neuromodulação sacral consiste no implante de um eletrodo e um gerador de pulso, via cirurgia minimamente invasiva, para casos de perda da função do esfíncter. Na prática, o dispositivo (marcapasso neural) emite estímulos elétricos que enviam comandos ao cérebro e possibilitam retomar o controle da musculatura pélvica. Assim como os demais procedimentos, também pode ser feito tanto em homens como em mulheres.

Por que é importante tratar o problema?

A incontinência urinária prejudica não apenas o bem-estar, como aumenta o risco de irritações na pele, infecções urinárias e outros problemas de saúde. Além disso, é um “convite” ao sedentarismo, pois muitos deixam de praticar atividades físicas em função do problema. Há, também, a tendência ao isolamento, pois muitos se afastam dos amigos e, até mesmo, do cônjuge. Portanto, trata-se de um distúrbio que exige ajuda especializada.

Em relação às alterações corporais típicas do envelhecimento, saiba que elas podem facilitar a ocorrência da incontinência urinária, mas não a causam. Ou seja, o distúrbio não é uma consequência normal do envelhecimento e não só pode, como deve, ser tratado.

Para concluir, apesar de não ser fatal, a incontinência urinária leva ao declínio da qualidade de vida e a inúmeros problemas. Portanto, a condição deve ser investigada e, se preciso, tratada. Afinal, mesmo em quadros de longa data, o problema pode ser aliviado por meio do tratamento adequado!

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Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698