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Dificuldade ao urinar, o que pode ser?

Atualizado em 13 de janeiro de 2025 | Publicado em 7 de fevereiro de 2025
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Dificuldade ao urinar, o que pode ser?

dificuldade ao urinar, também chamada de disúria, pode acometer tanto homens como mulheres, sendo mais comum entre a população masculina. O problema para esvaziar a bexiga tem diferentes causas, incluindo hiperplasia prostática benigna (HPB), estenose de uretra ou de colo vesical, doenças inflamatórias, entre outras.

Neste artigo, falamos mais a respeito, destacando como deve ser o tratamento do distúrbio — considerado indício de que algo está errado no sistema urinário. Continue a leitura e confira!

O que caracteriza a dificuldade ao urinar?

A disúria se caracteriza pelo jato urinário fraco e com interrupções, assim como esforço para iniciar a micção e sensação de esvaziamento incompleto. Outros possíveis sintomas são a urgência miccional, a noctúria (necessidade de urinar várias vezes durante as madrugadas) e o aumento da frequência urinária diurna.

Às vezes, é possível apresentar dor ou desconforto durante a micção. Há, ainda, casos de sensação de ardência na região genital.

Como é a prevalência do problema?

Os distúrbios relacionados ao trato urinário inferior são bastante frequentes. Estima-se que até 75% dos homens apresentem algum tipo, incluindo a dificuldade ao urinar.

Como mencionado, a disúria é mais comum entre indivíduos do sexo masculino, geralmente, devido ao aumento da próstata. Trata-se de um problema prevalente naqueles com mais de 40 anos.

Quais são as causas da dificuldade ao urinar?

As principais causas da dificuldade para urinar são:

  • obstruções da uretra (canal que leva a urina para fora do corpo), na maioria das vezes, devido à HPB ou à estenose;
  • alterações nas contrações do músculo da bexiga, como a hipocontratilidade detrusora (quando a bexiga que não se contrai adequadamente);
  • falta de coordenação entre contração e relaxamento do esfíncter (músculo que fecha a abertura da bexiga).

Entre os fatores desencadeantes, sabe-se que o uso de determinadas categorias de medicamentos pode levar ao problema. É o caso, especialmente, daqueles com efeitos anticolinérgicos, como anti-histamínicos e alguns antidepressivos.

Além disso, o distúrbio pode ser decorrente de doenças graves como bexiga neurogênica, diabetes, doenças renais, esclerose múltipla, mal de Alzheimer ou Parkinson, entre outras enfermidades. Há, ainda, a possibilidade de ser sequela de cirurgias anteriormente realizadas na pelve, que tenham lesionado os nervos da bexiga.

Como é o diagnóstico?

Para diagnosticar as causas da dificuldade ao urinar, o urologista faz uma anamnese e realiza o exame físico, procurando sinais do mau esvaziamento da bexiga. Esses incluem dor à palpação do abdômen, próstata aumentada, entre outros.

Assim, conforme a suspeita levantada, o médico solicita exames complementares, tais como:

  • urofluxometria livre, para medir a força do jato de urina;
  • estudo urodinâmico, para saber se o problema se deve à alteração na contração da bexiga ou a um fator obstrutivo;
  • ultrassonografia do aparelho urinário e da próstata, para avaliar os órgãos envolvidos na produção e armazenamento de urina, assim como medir o resíduo pós-miccional
  • uretrocistografia retrógrada e miccional, quando há suspeita de estenose de uretra (estreitamento do canal urinário) e de colo vesical (bexiga que não abre corretamente);
  • urina tipo 1 e urocultura, para investigar a presença de quadros infecciosos.

Como é o tratamento?

Quando a dificuldade ao urinar é causada pela HPB, pode-se utilizar medicamentos que relaxam (alfa-bloqueadores) ou reduzem (finasterida) o tamanho da próstata. Caso isso não resolva o problema, indica-se a cirurgia para ressecção transuretral da próstata (RTP). Outra possibilidade é o uso do iTind, um remodelador prostático que corrige o problema em, aproximadamente, uma semana e sem a necessidade de cirurgia.

Para saber mais, leia: O que é i Tind?

Se o distúrbio for decorrente da estenose de uretra, a abordagem cirúrgica é a única opção. Essa pode ser feita através da uretrotomia interna (abertura do canal urinário por endoscopia) ou uretroplastia (cirurgia aberta).

Quando o problema é provocado pela estenose de colo vesical, pode-se optar pelo uso de medicamentos alfa-bloqueadores. Já quando é decorrente de bexigas que não se contraem adequadamente, opta-se pelos medicamentos beta-agonistas, muitas vezes, associados à cateterização (uso de sonda para retirar a urina).

Assim, o tratamento da dificuldade ao urinar depende do que está provocando a condição. Como mostrado, somente após o resultado dos exames, o urologista pode definir a melhor estratégia terapêutica, seja clínica ou cirúrgica.

Se ainda restarem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. Dr. Leonardo Ortigara é um urologista especialista em técnicas inovadoras, oferecendo o que há de melhor para recuperar a saúde de seus pacientes!

Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698