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Há riscos na cirurgia de reversão de vasectomia?

Atualizado em 7 de junho de 2021 | Publicado em 10 de junho de 2021
Por: Dr. Leonardo Ortigara

Há riscos na cirurgia de reversão de vasectomia?

Os riscos da reversão de vasectomia são considerados mínimos e muito inferiores em comparação aos benefícios possibilitados pela recuperação da fertilidade e da realização do sonho de ser pai. Para evitar possíveis complicações, a cirurgia de reversão deve ser realizada com um cirurgião urologista especializado e altamente qualificado.

Como é feita a cirurgia da reversão de vasectomia?

A cirurgia de reversão de vasectomia é realizada com o objetivo de restaurar o fluxo de espermatozoides. A técnica consiste em uma microcirurgia que religa os ductos cortados e fechados na realização da vasectomia, reconstruindo o canal para que os espermatozoides cheguem à uretra e voltem a ser expelidos juntamente ao sêmen.

Considerado um procedimento de alta complexidade, a cirurgia de reversão da vasectomia é realizada com o auxílio de um microscópio – capaz de aumentar a visão do campo cirúrgico – e fios cirúrgicos extremamente finos que permitem a junção das partes que foram desconectadas. 

A cirurgia pode ser realizada de duas formas: por meio da vaso-vasostomia ou da vasoepididimostomia. A primeira é realizada quando a secreção do coto ao lado do testículo aponta a presença de espermatozoides. Já a vasoepididimostomia é indicada quando não há presença de espermatozoides na secreção. Esta técnica é mais complexa e realizada com o objetivo de ultrapassar o ponto obstruído. 

Quais são os potenciais riscos da reversão de vasectomia?

Quando realizada por um profissional treinado e especializado, os riscos da reversão de vasectomia são considerados mínimos, com complicações bastante raras. Os principais riscos incluem:

Sangramento no escroto

Assim como a grande maioria dos procedimentos cirúrgicos, o sangramento também é um dos riscos da reversão de vasectomia. O paciente pode apresentar um hematoma escrotal devido ao sangramento na região operada. Caso isso ocorra, é importante seguir as orientações médicas e aplicar compressas de gelo, se necessário.

Infecção

Assim como o sangramento, a infecção também é um risco de grande parte dos procedimentos cirúrgicos, embora seja muito incomum na cirurgia de reversão da vasectomia. Esse risco é ainda menor se o procedimento for realizado em ambiente hospitalar com as devidas medidas sanitárias e de higienização. Se houver infecção, o tratamento, geralmente, é feito à base de antibióticos.

Dor crônica

A dor persistente após a reversão da vasectomia é uma complicação extremamente rara. Caso o paciente apresente este sintoma, é importante conversar com o médico sobre a melhor possibilidade para solucioná-lo.

A importância dos cuidados pré e pós-operatório

Antes da realização da cirurgia, o paciente precisa passar pelo pré-operatório, com uma série de exames para checar a existência de possíveis doenças, como hidrocele, varicocele, hérnia ou câncer de próstata

Caso alguma dessas condições seja diagnosticada, é necessário que seja tratada antes do procedimento cirúrgico. Além disso, é importante seguir as recomendações médicas nos dias anteriores e no dia da realização da cirurgia.

Para evitar complicações no período pós-operatório e contribuir com o sucesso da cirurgia, o paciente deve seguir algumas recomendações médicas que irão ajudar em sua recuperação. Os principais cuidados são:

  • não dirigir nas primeiras 24 horas;
  • permanecer de repouso por pelos 48 horas;
  • evitar atividade física por 7 dias;
  • manter a incisão seca e limpa;
  • usar roupa íntima de algodão;
  • não manter relação sexual por cerca de 3 semanas;
  • fazer uso dos medicamentos prescritos pelo médico.

Quais são as taxas de sucesso? 

As taxas da cirurgia de reversão da vasectomia são consideradas bastante elevadas, sobretudo se o procedimento for realizado em até 3 anos após a vasectomia. No entanto, as taxas de sucesso e chances de gravidez caem gradativamente conforme o passar do tempo. Entenda melhor na tabela abaixo:

Tempo de vasectomiaSucesso na cirurgiaGravidez
< 3 anos97%76%
3 – 8 anos88%53%
9 – 14 anos79%44%
< 15 anos71%30%

Fonte: Portal da Urologia.

Apesar de o tempo de vasectomia ser um fator limitante, existem outros fatores que influenciam no procedimento e podem garantir altas taxas de sucesso mesmo 25 anos após a realização da vasectomia. São eles:

  • técnica utilizada;
  • capacidade de cicatrização do paciente;
  • qualidade dos espermas;
  • experiência do cirurgião.

Como escolher o meu cirurgião?

Por se tratar de um procedimento delicado e complexo, nem todos os urologistas estão aptos a realizar a cirurgia de reversão de vasectomia. Para realizar esta cirurgia, o médico precisa passar por uma formação específica, que inclui a realização de treinamentos e fellowships de robótica

O cirurgião só estará apto a realizar o procedimento após concluir toda a especialização necessária que o habilite para a realização do procedimento. Além disso, é importante buscar um profissional que ofereça atendimento humanizado, para esclarecer todas as dúvidas, alinhar as expectativas e transmitir a confiança necessária durante todo o processo.

Tenha em mente que a escolha certa do profissional impacta diretamente no sucesso da cirurgia e reduz, consideravelmente, os riscos da reversão de vasectomia. 

Quer saber mais sobre a cirurgia de reversão de vasectomia? Se você é de Itajaí, Balneário Camboriú ou região, agende uma consulta para avaliação individual. Será um prazer lhe atender!

Material escrito por:
Dr. Leonardo Ortigara
CRM 15149 / RQE 7698