Diabetes e impotência sexual: entenda a relação
Atualizado em 16 de outubro de 2020 | Publicado em 16 de outubro de 2020Por: Dr. Leonardo Ortigara
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens sofrem com algum grau de disfunção erétil. O problema é mais comum após os 40 anos, se acentuando por volta dos 60 anos de idade, sobretudo em decorrência do agravamento de suas principais causas. A diabetes e impotência sexual, por exemplo, possuem uma relação extremamente profunda.
De acordo com um estudo divulgado em 2017 pela Wiley Online Library, a impotência sexual atinge de 52,5% dos pacientes diabéticos de maneira geral. Em pacientes que desenvolveram a diabetes tipo 2, o índice é ainda maior, chegando a 66,3%. Mas afinal, qual é a relação entre diabetes e impotência sexual?
Diabetes e impotência sexual: como elas se relacionam?
Para que o homem possa obter uma ereção satisfatória, o pênis precisa encher-se com uma certa quantidade de sangue. Em pacientes saudáveis, o sangue flui normalmente para o pênis durante o momento da ereção. No entanto, em pacientes diabéticos, esse enchimento é comprometido, o que pode resultar na impotência sexual.
O diabetes causa o estreitamento das artérias, deixando menos espaço para a circulação do sangue. Como consequência, os vasos sanguíneos não conseguem transportar a quantidade de sangue necessária ao pênis para que haja uma ereção. Além disso, a sensibilidade na região genital também é afetada pela grande quantidade de concentração de glicose no sangue, diminuindo a sensação de prazer e prejudicando o orgasmo.
A diabetes também contribui para o aumento do colesterol ruim (LDL) e outras gorduras no sangue, podendo entupir alguns vasos. A aterosclerose – condição caracterizada pelo acúmulo de gordura nas paredes das artérias – é uma das consequências da diabetes e também aumenta o risco de o paciente desenvolver impotência sexual.
Pacientes que sofrem com outras condições crônicas têm riscos ainda maiores de apresentar piora no quadro de disfunção erétil. Hipertensão arterial, obesidade, tabagismo e sedentarismo são alguns dos fatores de risco que podem agravar o quadro.
Como prevenir a impotência sexual?
A diabetes e impotência sexual estão intimamente interligadas, mas não significa que todos os pacientes diabéticos irão desenvolver a disfunção erétil. Para que isso não aconteça, é importante adotar hábitos saudáveis que ajudem no controle do excesso de glicemia no sangue. Veja o que você pode fazer!
- Use os medicamentos corretos: fazer o uso correto dos medicamentos prescritos sob orientação médica é fundamental para manter a diabetes controlada.
- Mantenha uma alimentação saudável: procure incluir frutas, verduras e legumes em sua dieta e evite consumir alimentos com açúcar.
- Pratique atividade física: os exercícios físicos melhora o controle metabólico e estimulam a produção de insulina. O ideal é praticá-los ao menos três vezes por semana.
Como tratar a impotência sexual provocada pela diabetes?
Se você já sofre com a impotência sexual provocada pela diabetes, saiba que a situação pode ser revertida a partir do tratamento mais adequado para o seu caso. O primeiro passo é deixar a vergonha de lado e buscar ajuda profissional para recuperar a sua autoestima, bem-estar e qualidade de vida.
Conheça os principais tratamentos para combater a impotência sexual:
Tratamento medicamentoso
Utilizado como primeira linha de tratamento, consiste no uso de fármacos vasodilatadores atuam na melhoria do fluxo sanguíneo e, consequentemente, podem melhorar a capacidade de ereção do paciente.
Em alguns casos, ainda, são indicados os inibidores da PDE-5, fármacos que atuam de maneira ainda mais direta, melhorando o fluxo sanguíneo dos corpos cavernosos para permitir a ereção durante a estimulação sexual.
Além disso, o tratamento medicamentoso pode ser realizado por meio da injeção peniana. Nesse método, a aplicação do medicamento é feita com uma agulha diretamente no pênis do paciente.
Lembrando que o tratamento medicamentoso só pode ser realizado sob orientação médica, uma vez que pode o uso de estimulantes sexuais apresentam limitações e riscos para a saúde.
Ondas de choque
Considerado um tratamento revolucionário, o Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO) é um pequeno dispositivo que emite ondas de choque de baixa pressão acústica capazes de induzir reações biológicas e promover a neovascularização do tecido peniano.
Como resultado, o fluxo sanguíneo arterial é restabelecido, permitindo que o paciente recupere sua função erétil. O LECO busca promover a cura definitiva da impotência sexual e garantir que as ereções ocorram de maneira espontânea e natural. O procedimento é considerado minimamente invasivo e praticamente indolor.
Prótese peniana inflável
Indicada para pacientes que não respondem a outros tipos de terapia, a prótese peniana inflável consiste em um dispositivo implantado cirurgicamente no interior dos canais de ereção. O implante peniano inflável é composto por três partes: cilindro, reservatório e bomba.
Quando desejar obter a ereção, o paciente aciona a bomba para inflar os cilindros, o que aumenta a pressão nos corpos cavernosos e confere rigidez ao pênis. Para retornar o pênis ao estado de flacidez, basta acionar novamente a bomba para esvaziar os cilindros. Fiz um artigo detalhando desde o funcionamento até como pode os planos de saúde tem sido acionados na cirurgia de implante, leia-o aqui.
Ficou com alguma dúvida sobre a relação entre diabetes e impotência sexual? Entre em contato e envie sua pergunta. Será um prazer lhe ajudar!
Dr. Leonardo Ortigara
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